Realidade e Imagens Visuais
Reality and Visual Images:

In On photograpy, Susan Sontag made a remark years ago: "Contrary to what is suggested by the humanist claims made for photography, the camera's ability to transform reality into something beautiful derives from its relative weakness as a means of conveying truth."

Em Sobre fotografia, Susan Sontag fez uma observação anos atrás: "Contrariamente ao que é sugerido pelas afirmações dos humanistas em relação à fotografia, a habilidade da câmara em transformar a realidade em algo bonito deriva de sua relativa fraqueza como meio de expressar a verdade.

Eu acrescentaria "em captar a realidade"... Talvez seja impossivel aos seres humanos captarem a realidade..., ou melhor, todos captam uma realidade que é a de cada um e que nem neste caso é a realidade que os cerca, mas aquilo que conseguem perceber...

Ela foi casada com Philip Rieff, que é referência em Freud.

I would add "when capturing reality" ... Maybe it's impossible to human beings to capture reality ... or rather everyone capture a reality that is his or hers and not of anyone else... and neither in this case it is the reality that surrounds them, but what he or she can perceive ...

Susan Sontag was married to Philip Rieff, which is a reference to Freud.

Embora ela seja referência no tema fotografia, ela desconsidera, ou não menciona, o que se pode fazer falseando a imagem, especialmente com o uso de computador, negando totalmente a afirmação dela que fotografias fornecem evidência. E não me refiro à primeira frase acima, mas sobre o que podemos fazer com fotografia, ou com imagens do tipo que a fotografia produz e que componho uma pequena parábola:

Although she is a reference to the theme photograph, she disregards, or does not mention, what can be done distorting the picture, especially with the use of computer, completely denying her claim that photographs provide evidence. And I am not referring to the first sentence above, but about what we can do with photography, or images of the type that produces the picture and I have composed a short parable to make a point:

Realidade efetiva e realidade percebida

Effective reality and perceived reality

Afinal, como distinguir a realidade efetiva da realidade percebida? Para mim, quando percebi que havia um mundo externo a mim (será que percebi?...), foi através de livros, que me pareciam o seguinte:

After all, how do we distinguish the actual reality from the perceived reality? For me, when I realized that there was a world outside me (I wonder if it did really happened?...), It was through books that seemed to me the following:

Mas quando entrava pelos sentidos, e não pela leitura, lá fora, eu via que o mundo parecia mais um universo velado que tinha que ser aberta a cortina para ser enxergado:

But when it entered through my senses, and not by reading about it, I saw that the world was more like a veiled universe that had to be opened the curtain to be seen:

E não o reflexo de algum estilo de representação, como:

And not a reflection of some style of representation, such as:

E aprendi a sonhar e ensinar meus filhos a sonharem:

And I learned to dream and teached my children also to dream:

E achava natural aquela divergência que havia entre o que a palavra escrita continha e o que a realidade apresentava:

And it seemed to me natural that there was disagreement between the written word and what the reality presented:

Parei de cogitar, porque não conseguia verbalizar o que eu percebia e desisti de pensar no assunto, pois me pareceu que de alguma forma poderia ser alguma falha da minha cabeça, que sem eu ser propriamente deficiente, era diferente a minha percepção da realidade. Uma espécie de daltonismo, só que de todos os sentidos...

Já aposentado e numa segunda reencarnação, vim a trabalhar como pesquisador e me caiu nas mãos o livro do Marshal McLuhan, Galáxia de Gutemberg, em que ele distinguia uma percepção da realidade baseado em cultura oral e outra em cultura visual auditiva.

A cultura oral produz um tipo de percepção como em mim eu percebera e a cultura visual auditiva, é aquela que vem da leitura de livros, que eu tenho dificuldade em entender.

Até o aparecimento da invenção do livro como conhecemos hoje, que foi o que Gutenberg fez com sua bíblia, as pessoas mais ou menos sentiam a realidade como eu descrevi na introdução e a partir do livro, houve uma modificação.

As pessoas foram perdendo qualquer outro tipo de percepção e hoje não cogitam mais que poderia ser diferente.

Entendi, finalmente qual o tipo de percepção, que me assiste, por razões que ignoro e que evitou que eu ficasse soterrado sob livros... ou impedido de navegar... embora minha noção de tempo não fosse a usual... e eu sempre me sentisse de fora...

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I stopped to think, becauseI could not verbalize what I perceived and quit thinking about it as I felt that somehow could be a fault of my senses, that although not exactly faulty, my perception of reality was different . A kind of color blindness, only that of all the senses

Already retired and in a second reincarnation,I came to work as a researcher and fell into my hands the book of Marshal McLuhan, Gutenberg Galaxy, where he distinguished a perception of reality based on oral culture and visual culture.

Oral culture produces one kind of perception as I was accustomed and the visual culture, that comes from reading books, another kind of perception, which I have difficulty in understanding.

Until the advent of the invention of the book as we know it today, which is what Gutenberg did with his bible, people more or less felt the reality as I described in this shor story, and from the book, there was a change.

I understood finally that my type of perception prevented me to be buried in books ...but did not prevented me from sailing ...