Woman as temptress

Mulher como elemento de sedução

Este assunto é controverso, sensitivo, complicado, nebuloso, sujeito a equivoco, impossível de ser solucionado a contento, mas é inevitável.

Vou dar aqui um tratamento leve, bem humorado, mas para uma análise mais "séria", veja em o que Jung fala sobre casamento.

Com relação a esta personagem acima, e as coisas que possam invadir o imaginário de homens e mulheres, quando Joyce apresenta sua versão (d) escrita da subjetividade de um homem "straight", sem entrar nesta área minada, quando o personagem se masturba, ou quando ele leva seu filho no bordel, ele levanta uma ira no establishment que acabou sendo um grande prêmio, pois foi o fator que gerou a procura pelo seu livro até que se "descobrisse" que era uma obra de arte e um épico com conotações linguísticas insuperáveis.

Do que se trata, afinal?

Podemos entender melhor estas diferenças quando observamos atentamente o que Stuart Gilbert fala, ou cita, em sua análise - explicação, para "amaciar" quem de direito e para elevar a obra a categoria de arte e como apenas análise despojada de "sensualist's leer", "feeling of desire", "physical processes", bla, bla, bla:, culminando com o ápice de não sei se de cinismo ou obtusidade, de que se trata apenas de 'Erotic' subjects take on a purely coprologic form and he purposely presents them in a disgusting light. Coprologic é relativo a exame de fezes e, se você, leitor ou leitora não fala Português, vai ter que ter um bom dicionário para entender isto...

Queria ver um cara destes com a Marylin Monroe cantando parabéns como ela fez para o Kennedy o que ele fazia... que me perdoem os mais educados, coprologic my ass...

Não tem pornografia embutida aqui, nem precisa, basta ver "The Seven Year Itch" e vai entender...

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Such a conception of the function of the artist presided over the creation of Ulysses. The instant when the supreme quality of beauty, the clear radiance of the aesthetic image,
"is apprehended luminously by the mind which has been arrested by its wholeness and fascinated by its harmony is the luminous silent stasis of aesthetic pleasure, a spiritual state very like to that cardiac condition which the Italian physiologist Luigi Galvani, using a phrase almost as beautiful as Shelley's, called the enchantment of the heart."
The artist's aim, then, is to ban kinetic feelings from his readers' minds, and in, Ulysses we find the ideal silent stasis of the artist nearly realized, his personality almost impersonalized. Nearly-but not entirely. The feeling of desire, which urges us to possess, is absent; there is not the least pornographical appeal; but the loathing, which urges us to abandon-that aversion from the sordid which made of Stephen Dedalus an exile in his own country-is, one can but feel, active in certain passages. One of the influences which may be discerned in Ulysses is that of Swift, "the great hater of his kind", to whom there are many allusions. In those passages where certain physical processes or sensual appetites are Minutely described a rapprochement with the Swiftian attitude may probably be made, that point of disgust which has been admirably depicted by a French biographer of the Dean of St Patrick's.
"The sensualist's leer is foreign to his work save as an object of sarcasm when he sees it on another's face. 'Erotic' subjects take on a purely coprologic form and he purposely presents them in a disgusting light, devoid of any sensual appeal, like a rich essential manure. This can be seen most clearly in the Iast page of his Discourse concerning the Mechanical Operation, where a lover's affections and emotions are described with a realism and a serene indecency that only utter contempt could inspire. Thus, too, the licentious passages of the Digression are simply studies in exact realism and admirably subserve the satirical effectiveness of the work

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as a whole, for they add the nausea of disgust to the force of its invective." (1)Emile Pons. Swift, Les Années de Jeunesse.

Em suma, o fator do não reconhecimento, da não aceitação, uso obtuso de noçõs de psicologia, psiquiataria e, principalmente de psicanalise, para fazer tudo palatável, o que me parece equívoco do feminismo em confundir este traço da natureza humana com transformação em objeto, repulsa por sexo que o cristianismo tem embutido, moral vitoriana, que supostamente morreu, mas continua vivíssima, dos "bons costumes", da inversão estúpida que as novelas querem nos enfiar goela abaixo, enfim, de deixar de lado, de minimizar, dá mais um traço da comunidade intelectual. Existe o politicamente correto, que varia conforme a geração. Na época de Stuart Gilbert era isto ai, hoje, é praticamente o contrário e na introdução de Declan Keberd está tudo quke é politicamente correto hoje. Que supostamente (para ser aceito) tem que de alguma forma estar embutido, por exemplo, primeira interpretaçao de Telemachus. Como óbviamente não está, sei que morre por aqui e jamais seria usada para introdução de nada que ganhasse algum prêmio inventado pela comunidade para condecorar quem está refletindo o que é moda naque momento.

Enfim, as gerações mudam e junto com ela os "social mores". Que não tem tradução direito para Português

Porem, já que é século 21, casamento do mesmo sexo está ficando sagrado, a "ciência" está a ponto de ser forçada a aceitar pelo menos 4 sexos, pois se for levar o critério do Kinsey, por ex., que existem gradações de lado a lado, teriamos uma quantidade infinita de possibilidades. Isto merece uma colocação mais precisa e adequada, que eu não estou tentando aqui, estou apenas indicando a falta...

Declan Kiberd não somente localiza tudo que Stuart Gilbert nega, ainda por cima descobre homossexualide (masculina e feminina), bissexualidade, androginia e misoginia! Eu faço força para, guardar para mim minhas opiniões, mas remeto o leitor ou leitora para a introdução de Kiberd na Bodley Head da Penguin, de xLix (não daria para a revisão da Penguin descobrir que algarismo romano é maiúsculo e me obriga a referir errado o 49, que seria XLIX...) até lxic (LXIV - 64) e para a noção de animus e anima da parte de quem se não inventou, trouxe para o conhecimento humano moderno, Carl Jung, que está dentro do artigo acima< sobre relações psicológicas no casamento em vermelho.

Gostaria de lembrar que nem Jung nem Freud fornecem subsidios para elocubrações sobre orientação sexual do tipo que Kiberd faz.

Kiberd