Percepção da realidade

Ver antes: Visão e Audição

(O homem e seus símbolos - CG Jung)

Este quadro (de Erhard Jacoby) ilustra o fato de que cada um de nós, conhecendo o mundo através da sua psique individual, conhece-o de maneira um pouco diferente das outras pessoas. 0 homem, a mulher e a criança estão olhando a mesma cena, mas para cada um deles os diferentes detalhes aparecem mais ou menos claros e mais oumenos escuros. Só através da nossa percepção consciente é que o mundo "lá de fora" existe: estamos cercados por algo completamente desconhecido e impenetrável (representado pelo segundo plano acinzentado do quadro).

O que está em jogo aqui é que não existe um ponto de vista fixo, ma sim, um ponto de vista movel que evolui.

Toda a estética modernista gira em torno disto.

Embora este fato exista e seja apontado, existe pouca exploração intelectual dêle e na Internet apenas encontramos este tipo de interesse da parte de pessoas envolvidas com os aspectos da comunicação, especialmente nas artes gráficas, como é o caso da expansão que acrescentei ao relato de McLuhan para o caso dos africanos.

Note bem, as imagens e explicações para audição e visão, são as utilizadas pela oftalmologia e pela otorrinolaringologia e os centros cerebrais são aqueles mesmos, que sob cirurgia (lobotomia), apresentam sequelas que significam perda ou alteração da função.

A ciência moderna reconhece especialização funcional do cérebro por área

http://en.wikipedia.org/wiki/Functional_specialization_(brain)

Não recohece lateralização, embora a leitura do artigo da Wikipedia permita concluir que com certeza existe algo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Lateralization_of_brain_function

A forma como uma cultura oral ou alfabética se instala no cérebro, é desconhecida, ou não reconhecida como noção científica válida, porem, não há duvida que a postura mental se altera sob influencia de um meio de comunicação maior, ou radical, em relação ao usual "até então", e este é um dos maiores insights de McLuhan.

Ezra Pound e Wyndham Lewis tentaram acordar seus contemporâneos com insighits sobre isto e falharam. McLuhan sabia disto e não queria ter a mesma sorte, porém, indicar as dimensões especificas da mudança, tendo em vista sua sutileza e complexidade, é uma coisa extremamente dificil. Sempre haveriam, como existem outras explicações, alocando outras causas.

Ele associou-se com Robert Logan, que tinha uma teoria sobre os hemisférios do cérebro.

A teoria era que os dois lados do cérebro controlam diferente funções mentais e físicas.

Ele ficou tão entusiasmado que colocou um diagrama do cérebro dividido em dois na parede co centro onde trabalhava.

Para McLuhan, o lado direito do cérebro, dentro de sua interpretação e hipótese, era a sede das coisas acústicas, simultâneas, intuitivas, ou seja, o hemisfério da era eletrônica. O outro hemisfério, estava ligado com o visual, o linear e o quantitativo, ou seja, do alfabeto fonético e das impressões.

A famosa "dissociação de sensiblidade" que Eliot cometara em relação à poesia de Dryden no século 17, seria esta divisão do cérebro.