Ulysses Interpretation Under McLuhan

Before going on read the Playboy Interview and McLuhan abridged

The following concepts are essential to appreciate an interpretation on Joyce under McLuhan:

Reality perception

The Medium is the message

Hot and Cold Media

Tetrad

 

É tão óbvia a mensagem de Ulysses, ou de Joyce, que é inacreditiável...

A mensagem que Joyce nos passa em seu Ulysses é que: O meio é a mensagem!

Porque uma história triste, que salientemente é constituida de:

1 - uma pessoa que se sente inferiorizada porque seu grupo racial é dominado por outra raça que ainda por cima fala a mesma lingua;

2 - que efetivamente só tem três personagens;

3 - está centrada aparentemente no solilóquio da mulher que traiu e tanto ela como o marido(e seja quem seja que Joyce pretendeu) não tem como se safar numa sociedade que tem uma tradição quanto a estas coisas extremamente rígidas. Para quem acha isto pouco, quero lembrar o destino de Parnell (Charles Stewart), que de rei não coroado da Irlanda caiu no ostracismo por cometer adultério.

4 - por isto mesmo, embora ninguem, ou quase, tenha lido, apenas lêem este útlimo capítulo, porque "contains all the naughty bits";

5 - mesmo que um dos grandes, como Hemingway, lhe reconheça valor, tenha declarado que só leu o primeiro e o último capítulo (as páginas da edição que ele teve ainda estão grudadas, "uncut";

6 - ou seja, é um livro venerado, mas pouco lido;

4 - anda num fio de navalha entre a obscenidade, maus costumes e "arte", levando quase 20 anos para ser liberada nos EUA e nem sei quantos na Irlanda, para consumo não porque isto não existiu, mas porque nos EUA os costumes mudaram e a liberdade de expressão contempla praticamente tudo e na Irlanda, virou um dos mais célebres filhos e não somente eleva a raça, como traz bastante divisas das mais variadas formas, porque se for ver bem, não engolem...;

5 - tem uma dificuldade praticamente intransponível para expressar aspectos do grupo cultural que está inserida, levando o autor a se expressar de forma que se for ver bem, é obtusa;

6 - gasta quase 800 páginas para dizer o seguinte:

Makes breakfast for his wife. Goes to the butcher. Goes to the post office. Goes to church. Goes to a chemist. Goes to a public bath. Goes to a funeral. Goes to a newspaper press. Goes to a locksmith to canvass an ad. Feeds some seagulls. Goes to a bar. Helps a blind man cross the street. Goes to the museum. Goes to to the library. Visits a bookseller. Window-shops. Goes to a restaurant. Listens to some live music. Writes a love letter. Goes to another bar. Nearly gets in a fight. Masturbates to a beautiful eighteen-year-old exhibitionist giving him a private show. Takes an alfresco nap. Takes up a collection for a widow. Goes to a hospital to visit a pregnant woman. Flits with a nurse. Feeds a stray dog. Goes to a whorehouse. Helps avert a row with the police. Goes to a cabman’s shelter and listens to a sailor tell stories. Breaks into his own house. Urinates under the stars with another man. Watches the sunrise. Kisses his wife on her arse.

From Evan Lavender-Smith’s From Old Notebooks..

7 - A tradução é imposível porque a MENSAGEM SE PERDE!

Qual é a mensagem?

Afinal, qual é esta mensagem? O que ou qual é este meio que é a mensagem?

O próprio Joyce nos esclarece:

"I've put in so many enigmas and puzzles that it will keep the professors busy for centuries arguing over what I meant, and that's the only way of insuring one's immortality."

A forma como Gutenberg condicionou a expressão da cultura e das idéias através da impressão dela em livros e que McLuhan nos explica, principalmente em sua Galaxia favorece tremendamente a este desígnio, ou intenção de Joyce e de quem quer que o queira fazê-lo. Ou seja, numa metáfora, a Galaxia de Gutenberg, no caso a intelectualidade, gira em torno do sol James Joyce porque é um dos exemplos mais fortes de como uma cultura aprendida, discutida, mantida, guardada, etc., por este método, se prende mais no método do que nela mesma. Ou seja, uma quantidade enorme de coisas e discussões sobre o que está impresso sobre a historia, em que se esquecem do verdadeiro conteúdo que gerou a obra e se concentra nos aspectos culturais, linguísticos, históricos, mitológicos, estilisticos, blá, blá, blá, do meio que foi utilizado.

Da mesma forma que os africanos sómente viam a galinha no filme sobre como cuidar do lixo, quem aprendeu a ler, escrever, estudou, se formou, memorizou, entendeu a realidade pelo processo criado por Gutemberg, também vê "sómente a galinha"..

A galinha aqui no caso, é o objeto da explicação deste trabalho.

Caso claro de jogar fora o bebê e criar a água...

Como demonstrar isto? Examinando as interpretações "normais" apresentadas!

Porém, melhor ainda: Mudando o meio, muda a mensagem! Vejamos evidências:

1 - Qual a reação de quem está ligado a este "meio" que "só vê galinha?"

According to the Modern Language Association International Bibliography, Ulysses has generated 2,656 scholarly studies. By contrast, the MLA lists only 1,477 entries for Marcel Proust's masterwork, In Search of Lost Time, and only 414 entries for Mrs. Dalloway, whose author, Virginia Woolfdismissed Ulysses as "a mis-fire." In a diary entry for September 6, 1922, she wrote: "The book is diffuse. It is brackish. It is pretentious. It is underbred, not only in the obvious but in the literary sense."

Destes 2656 estudos, vou separar alguns mais popuares e que eu usei para explicar meu ponto, mas o que digo aqui, vale para todos eles, digo, os 2656.

a - Stuart Gilbert

A primeira explicação de peso que se conhece sobre Ulysses e James Joyce, é a de Stuart Gilbert. As explicações de Gilbert não objetivam a eventual mensagem, seja ela a explicita dos três personagens ou da raça que estão inseridos ou da exploração dos enigmas e charadas e aspectos linguisticos. Elas objetivam validar como arte o conjunto de idéias expostas que afrontavam os costumes da época. Um dos aspectos mais fundamentais de Ulysses, e que o mundo percebe sem entender direito, que é a questão do comportamento da personagem principal (S + M = P, o M é o X da questão...) e o adultério cometido. Entro no mérito e aponto onde explico porque acho isto na minha colocação sobre o o papel da mulher como elemento de sedução onde se pode ver o detalhe especifico dentro do estudo de Gilbert

b - Declan Kiberd

Embora exista uma certa ordem de importância nos deuses do Olimpo intelectual que se dedicam a Joyce e Ulysses, e não quero aqui classificar, apenas registro minha impressão, Kiberd é relativamente novo e, fora sua Introdução-explicação da Edição Penguin Bodley Head, não localizei nada que pudesse nutrir nosso trabalho. Ou melhor, localizei o que ele disse no prefácio como prova de que as explicações intelectuais normalmente não objetivam a eventual mensagem, seja ela a explicita dos três personagens ou da raça que estão inseridos ou da exploração dos enigmas e charadas e aspectos linguisticos. Elas objetivam validar algum conjunto de idéias que seja a moda da hora, de preferência colocando o autor no centro das atrações, dando a ele um valor no sentido apreciado para estas coisas que, se você não consegue ser Joyce, seja um critico "entendido" dele e encha (ou esvazie...) a bola dele, que você vai se sobressair... Digo isto porque a impressão que tenho de Kiberd é que a preocupação dele mais acentuada é que é contra o machismo e, por tabela, quer inserir os grupos de orientação sexual não heteros e a analise dele é uma especie de libelo neste sentido. Talvez seja extemporâneo, mas a critica dele parece um cavalo de Troia... Faço explicações para Declan Kiberd pontuando onde vejo isto.

c - Richard Ellmann

Richard Ellmann fez um biografia impecável sobre Joyce. Creio ser correto afirmar que é a mais lida e a mais bem sucedida. Alias tambem o fez para Yeats e Oscar Wilde, ganhando inclusive um Pullitzer para a de Wilde, o que não deixa dúvida sobre sua competência e valor. Mas não foi muito bem sucedido em suas investidas interpretativas, que exemplifico com a transcrição de A Estrutura Narrativa de Ulysses e considerações sobre Ulysses on the Liffey. E, não foi bem sucedido, porque não refletiu o que a comunidade queria ver naquele momento, que é mais complicação.

d - Don Gifford

No sentido da metáfora do caso dos africanos acima, que só conseguiam ver a galinha, Gifford montou um galinheiro com quase todas as galinhas que Joyce colocou em Ulysses... Fez um vasto glossário e se você quiser saber o que aquelas "galinhas' estão fazendo alí, ou porque estão ali, desista...

e - H Blamires

Ele fez um trabalho admiravel, porque é extremamente competente (pudera, sendo aluno de C S Lewis), mas como bom cristão que é, deixou de fora, ou melhor, colocou de forma a remotamente validar o que os cristãos pensam de casamento, sexo, e como isto deveria ou deve ser praticado. A análise de Penélope dele é um prodigio de esforço no sentido de esvaziar o óbvio: Onde ficou o tesão (perdão...) dos envolvidos? É um caso de visão de tunel, só vê as "galinhas" cristãs...

f - James A W Heffernan

Em que pese a sólida formação do Prof. Heffernan, seu poder de comunicação impecável, o altlíssimo nível de sua apresentação, o produto final é cuidadosamente pasteurizado...E o anti herói, vira herói... E a gente fica pensando, como é que ele pode fazer isto... e não estamos pensando em James Joyce, mas no Heffernan...

Analise desta mensagem que apontei acima, ou qual a natureza dela

Existe uma transversalidade nestas mensagens que merecem citação. Qual seria a cor das penas, a plumagem, a característica, a natureza, desta "galinha" do grupo que vai gastar séculos as descobrindo?

Afinal, 2656 trabalhos como este...Como podemos levantar a cabeça nesta massa, ou pelo menos, merecer estar com ela? Será que eu posso tocar meu bumbo junto com esta banda?

Sinto-me como elefante andando sobre cristais... Vou listar o que me vem à mente. Que há horas esta sendo submetida a isto. Afinal, o que colocar no texto ou nos textos de análise de Joyce, para ser reconhecido como bom e válido:

- erudição, complicação, pedantismo disfarçado de pedagogia;

- obscurantismo, aliás deveria ser o primeiro da lista..;

- exibição de conhecimento de idiomas envolvendo as principais linguas que geraram nossa cultura ocidental;

- tomar um certo cuidado ao exibir as linguas e não ser confundido com porteiro de hotel em NY, que fala uma porção de linguas, mas é porteiro...;

- volume, não pode menos de 100000 palavras ou 200 páginas;

- uma certa dificuldade, como por exemplo colocar umas frases em grego ou latim, de preferência mais latim e pouco grego, porque ninguem entende mesmo, nem o gerador de texto tem os signos destas linguas...;

- se não tem noção nenhuma de latim ou grego, colocar gaélico. Mas não esuqeça de colocar a tradução, tanto para latim, como grego ou gaelico, pois o tradutor do google não traduz estas linguas direito...,

- ou melhor, latim até passa (joga a citação ad pulchritudinem tria requiruntur: integritas, consonantia, claritas da pagina 9 do Stuart Gilbert e vai confirmar;

- no caso do tradutor de gaélico do google a citação de Kiberd na introdução da Bodley head xiv, não sai nada...;

- Se alguém souber, por favor me informe como jogar a citação em grego em 104 do Gilbert no google:

- criar uma complicação educada, em francês, de forma que quaquer um que fale Português (comunidade alvo...) entende, por exemplo, para o leitor ou leitora ter uma viagem de "superioridade" sobra a massa "ignorante", ou, melhor ainda,

- seja preciso! Mas precisão intelegível...Não posso esquecer a reação do Prof.Heffernan numa de suas aulas, ao corrigir que Joyce teria 22 nos e não 20 como êle falou como a idade dele no Portrait... demonstrou embaraço e aflição. Platéia pedante adora detectar estas coisas... Se fosse os 10 mandamentos e você citasse não matar como embutido no versículo 12 a 17, de Exodus, capitulo 20, vai gerar crítica do tipo que você alterou os 10 mandamentos, ou pior, não entende nem disto...;

- fazer a análise sob um ângulo abstruso, como por exemplo o "efeito borboleta", isto é, Lorentz que me perdoe, mas algo como o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo;

- se conseguir uma coisa com padrão "efeito borboleta" e girar em torno de justiça social, alinhamento político, porque vamos deixar todos de ser pobres seguindo a religião de Marx, ou melhor, cultuando São Fidel Castro, fantástico! Vai ter gente em volta como de camelô com cesto cheio de cobras vendendo poções mágicas que curam tudo...

-Mas, perfeito mesmo, é uma coisa com tudo isto e salpicada de validações para as orientações que agoram viraram alternativa de comportamento sexual ou descobertas inimaginadas quanto ao mais intimo dos personagens em termos de qual seria o verdadeiro móvel erótico deles...

- Cuidado! Quando discutir coisas evetualmente eróticas, evitar a todo custo que elas ajam neste sentido! Errei intencionalmente ao colocar o que ia na cabeça de Leopold Bloom no exemplo que Jung dá para sua definição de anima. Deu certo porque senão seria dificil fazer este ponto... A imagem da Marylin Monroe, que é a quinta essencia da anima masculina, é correta... comportadinha lendo Ulyssses... pena que o fotografo não colocou de ponta cabeça...

Se isto for feito com critérios considerados "sérios", que não é serio própriamente, é tão complicado que quase não dá para entender, por esta comunicade, maior a chance da comunidade que vai receber o trabalho aceitar!

Mas, muito cuidado! Estas coisas mudam sem avisar...

O que é minha "outra" análise? Mais do mesmo... o que esta análise? Tiro no pé...

2 - Um filme baseado na obra de Joyce Ulysses, qualquer dos três romances que o consagraram, está fadado ao insucesso!

Lembre-se, leitor ou leitora (se ainda estiver ai...) que estou tentando provar que a mensagem de Ulysses não é a historia dos três personagens, ou da raça deles, ou da natureza épica embutida.

Esta mensagem, que salientei em letras grandes e vermelhas na frase de Joyce, SIMPLESMENTE SOME EM FILMES. O próprio Joyce não sabia disto e tinha ilusão que em filme ele seria mais bem aceito. Eu faço algumas considerações, dentro de um "train of thought" dentro do padrão vigente, em Joyce and the cinema e lá saliento em vermelho o que a crítica feita ao filme testemunha sem entender isto.

3 - Outro exemplo com uma midia diferente de filme e texto em livro

A Stoney Road Press, que aliás oferece uma fantástica demonstração de como nossos sentidos reagem diante de algo visual nos moldes que eles primam na apresentação de si mesmos, tem no seu portfolio uma produção de Ulysses em forma de Graphic Novel. Cujo nome é Ulysses Seen... isto é, Ulysses visto... vejam a chamada que coisa fantástica!

Eles voltaram à origem! Jogaram fora a água e criaram o bebê!

Quanto ao sucesso, ou a aceitação, em que pese ser "unsurpassable" em sua categoria, e apreciei sobremaneira, o bottom line é que estão pedindo suporte para seguir nesta direção. Se não descobrirem um meio de colocar o "galinheiro" mencionado acima, acho que não conseguirão o sucesso que lhes parece merecido e devido. Aliás, se tem coisa que intelectual despreza é historia em quadrinhos...

Pensando sobre isto, creio que em quadrinhos, a única chance seria desenvolver uma familia de personagens, como por exemplo pernalonga, patolino, hortelino trocaletra, ou Mickey, Pato Donald, Pateta, ou Tom & Jerry, ou etc., e se for bem feita, as aventuras deste personagens, que suponho Dedalus, Molly e Poldy, teriam grande sucesso de alcançar o imaginário ocidental, na mesma forma que estes personagens que citei alcançaram. Imagino que O Will Eisner, com um texto de Woody Allen, teria grandes chances, na linha do seu Paris a meia noite...

4- Uma midia que teria chance

Seria em forma de novela radiofônica... Aliás, perceberam que a crítica que eu salientei acima, Hannah Megill, gosta de ouvir dramatizações:

I have a relaxation thing I do when I'm trying to go to sleep: I listen to an audio dramatization of something or other. As I listen, I create mental pictures of the scenario being acted out, but make everything as ridiculously literal as possible. If one of the characters tells the other, "You're like a lion," I adjust my mental image to make that person a literal lion. This engages my brain just enough that I don't wander off and start obsessing about my day (which is what keeps me awake the most at night) but not enough that I stay focused on it, and I drift off to sleep.

Aliás, leituras de ulysses vão se tornando cada vez mais poplulares, especilamente no Bloom's day. Ouçam esta do proprio James Joyce

Porém, uma transmissão radiofonica que ficou famosa, feita pela PBS Irlandesa, RTE, gastou 30 (trita horas) para fazê-lo! Sim, existem muitas formas de torrar sua paciência...

5- Qual a chance deste tipo de midia que esta sendo usado?

Creio que tem alguma chance para quem estiver precisando entender do assunto. Como diversão, não vejo muita chance. Talvez seja rejeitada por parecer uma interminável sessão de psicanálise sem sonhos... ou pior, uma análise cognitiva equivocada... Tem muita coisa que contraria o senso comum, que é mais facil de seguir e não precisa pensar... Talvez seja descartada porque estamos diante de um caso gigantesco de willfull blindness.